sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu & “Ao Mestre com Carinho”

No dia do meu aniversário, aproveito para homenagear também o professor pelo seu dia. E para isso, nada melhor do que falar de um clássico do cinema.

Ao Mestre com Carinho (To Sir, with Love) é uma produção inglesa, lançada em 1967. Tudo começa quando Mark (Sidney Poitier), um engenheiro desempregado, decide tentar a carreira no magistério.

Ele consegue trabalho em uma escola localizada na periferia de Londres. Pela frente, um grupo de alunos indiciplinados, liderados pelo trio Denham (Christian Roberts) Pamela (Judy Geeson) e Barbara (Lulu), que só pensam em tirá-lo do cargo.

Por se tratar de um homem vivido, acostumado a lidar com os desafios da vida, Mark não só vai dominar seus alunos como tranformar o que, de início não passava de hostilidade, em respeito, admiração e carinho.

Vale a pena conferir: O filme foi um marco para a época e até hoje é referência ao tema. Soube retratar muito bem a relação entre professor e aluno, que inclui o desafio em saber lidar com a rebeldia e as diferenças.

Melhor Cena: Claro que a antológica cena em que Barbara canta a canção título do filme em homenagem ao Mark que, naquele momento, estava se despedindo da classe. É de nos debulharmos em lágrimas.

Curiosidades: No último episódio da primeira temorada de Glee, exibido mês passado, os alunos do coral cantaram essa música para seu professor. Nossa, como chorei.

Eu & a Obra: Esse filme faz parte de minhas lembranças da infância, pois sempre o assistia na sessão da tarde. Acho uma história forte e muito bacana. E apesar de antigo, nunca esteve tão atual.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eu & “O que é isso, companheiro”?

O filme que escolhi para falar hoje é uma produção nacional, drigidao por Bruno Barreto. Lançado em 1997, o filme O que é isso, companheiro? se passa na época da ditadura militar.

A história começa quando um grupo de jovens, aproveitando a visita do embaixador dos EUA ao Brasil, decidem sequestrá-lo. E em troca da sua liberdade, exigem a libertação de presos políticos que estão sendo torturados pelos militares.

Liderados por Jonas (Matheus Nachtergale), Fernando/Paulo (Pedro Cardoso), Andreia/Maria (Fernanda Torres), Marcão (Luiz Fernando Guimarães), Renée (Claudia Abreu), César/Osvaldo (Selton Mello), Julio (Caio Junqueira) e Toledo (Nelson Dantas) são os responsáveis por executarem o plano e fazerem de tudo para que o mesmo tenha um desfecho favorável aos seus interesses.

Como em momento algum parte daqueles jovens tinha a intenção de cometer atos violentos contra o embaixador, a convivência com Charles Burke (Alan Arkin) foi mais do que pacificadora. Criou-se certa intimidade entre eles, o que, de certa forma, dificultaria sua eliminação caso às exigências não fossem cumpridas.

Vale a pena conferir: Quando penso em filmes nacionais, esse é o meu preferido. Já falei aqui e torno a repetir, qualquer tipo de ditadura me irrita e toca profundamente. A militar é algo repugnante, que deveria envergonhar à qualquer país. Imaginar que uma pessoa seja obrigada a não pensar, expor suas ideias, é algo que não tem explicação. Gosto desse filme porque, embora triste, é bom saber que alguns jovens foram tão corajosos, a ponto de arriscarem suas vidas em prol de algo que acreditavam ser o certo.

Melhor Cena: Gosto muito das conversas do embaixador com Fernando/Paulo (Pedro Cardoso) e Renée (Claudia Abreu). E a cena final, que marca a volta desses jovens após o exílio. Com destaque para o desfecho de Andreia/Maria (Fernanda Torres). Chorei muito.

Curiosidades: Essa história é verídica, e foi baseada no livro de Fernando Gabeira, na obra interpretado por Pedro Cardoso. Outra personalidade política conhecida é Dilma Rousseff, aqui interpretada por Claudia Abreu. Alguns nomes foram mudados para preservar a identidade.

- O título faz uma referência a forma com que se cumprimentavam, já que, por medida de precaução, não era permitido citar nomes, para que os mesmos não fossem descobertos.

- Nos EUA o filme recebeu o título Four Days in September, como referência à data do sequestro. Concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas infelizmente não levou a estatueta.

- Recentemente veio a tona um boato de que o ator da Globo, Carlos Vereza, foi o responsável pelos disfarces nos jovens guerrilheiros, responsáveis pelo sequestro do embaixador.

- Quem escreveu o manifesto lido nos rádios e nas TVs contra o governo militar não foi Fernando Gabeira, e sim Franklin Martins, atual ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A leitura do manifesto – além da libertação de 15 presos políticos – era uma das condições para libertar Elbrick.

Eu & a Obra: Quando vi esse filme pela primeira vez, caí em lágrimas. É uma história muito forte, triste, pesada, mas admirável pela ousadia e coragem daqueles “jovens companheiros”. Fiquei muito feliz com a indicação ao Oscar e embora achasse difícil levar – não pela qualidade do filme, mas por botar em evidência uma falha de segurança do governo estadunidense (eles não iriam nos dar esse gostinho) -, sabia que se essa obra não levasse o prêmio, dificilmente um outro filme nosso conseguiria. Bom, até hoje minha professia vem se concretizando. Infelizmente!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Eu & “Sociedade dos Poetas Mortos”

E os especial em comemoração ao meu anversário continua, hoje com um clássico que marcou toda uma geração. Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) é uma produção de 1989. Tendo o ator Robin Williams encabeçando o elenco, o filme mostra a rotina de jovens internos da Academia Welton, escola tradicional e opressora.

A história tem início quando John Keating (Robin Williams), um ex-aluno, retorna no papel de professor. Através do seu jeito despojado e método ousado, o professor de poesia não demora muito a conquistar a confiança e curiosidade dos seus alunos.

Quando um grupo de jovens, liderado por Neil (Robert Sean Leonard), descobrem que anos atrás existiu, nessa mesma universidade, uma sociedade secreta liderada por John, cujo os encontros eram brindados com poesias, o professor não teve mais paz.

Empolgados pelo desejo de liberdade, os estudantes não se contentaram apenas em ouvir as histórias daquela época. E o jeito foi reviver a “Sociedade dos Poetas Mortos”, dessa vez tendo como membros Todd A Anderson (Ethan Hawke), Neil Perry (Robert Sean Leonard), Steven K C Meeks Jr. (Allelon Ruggiero), Charlie Dalton (Josh Charles), Knox T Overstreet (Gale Hansen), Richard S. Cameron (Dylan Kussman) e Gerard J Pitts (James Waterston).

Os encontros aconteciam na calada da noite, em um local secreto. Lá, os jovens discutiam suas ideias, revelavam seus segredos e principalmente, liam poesias. Poemas de autores renomados e dos próprio personagens, como sendo renovadores e estimuladores de ações e pensamentos. Era um o momento pleno de libertação. Ali, eles podiam ser o que realmente eram.

Os encontros secretos, assim como as aulas e conselhos do professor John, foram dando cada vez mais coragem aos alunos. Os jovens passam a acreditar em si e na realização de seus sonhos.

A reviravolta nessa história começa quando Neil decide tentar encenar uma peça tetral de Shakespeare. O jovem consegue o papel, mas seu pai não lhe dá permissão. Mesmo assim, o jovem decide enganar seus pais e estrear a peça.

Seu pai toma conhecimento, o retira do teatro e culpa o professor de ter colocado “ideias indiciplinares” na cabeça do filho. Além de brigar com o Neil, avisa que ele nunca mais voltará para aquela instituição de ensino.

A atitude do pai fará com que Neil tenha uma reação drástica, que marcará para sempre a vida de quem o conheceu.

Vale a pena conferir: Sempre achei que Sociedade dos Poetas Mortos é um filme que todos deveriam assistir pelo menos uma vez na vida. É uma obra belíssima, que tratou como nenhuma outra a questão da opressão, escolar e familiar, e o que ela pode gerar em uma sociedade, enquanto jovem.

Melhor Cena: Há muitas cenas de arrancar lágrimas, onde sentimentos como tristeza e felicidade se fundem. Destaco os encontros secretos dos jovens, assim como suas aulas com John. Também os destinos trágicos de dois integrantes da “Sociedade”, sendo um deles o jovem Neil. Além da cena final, claro!

Curiosidades: O ator Robin Williams recebeu indicação ao Oscar de melhor ator por esse trabalho. O filme recebeu ainda às indicações de melhor filme, diretor e roteiro original, faturando a estatueta nessa última categoria.

Para quem não reconheceu, o ator que interpreta o jovem Neil é Robert Sean Leonard, o Dr. Wilson da série House.

Sociedade dos Poetas Mortos trouxe uma discussão sobre os moldes da verdadeira educação, cujo objetivo deveria induzir o estudante a fazer o que gosta, acreditar no que está dentro de si, e não o que lhe é imposto. Por isso a legenda Carpe Diem (aproveite o dia) se tornou um lema não apenas daquelas personagens, como de todos os que conferiam a obra.

Anos mais tarde o filme O Sorriso de Monalisa foi apontado como sendo a versão feminina de Sociedade dos Poetas Mortos. Desta vez é Julia Roberts quem dá vida a uma profesora avançada para seu tempo, tendo que lidar com meninas em um colégio onde as alunas são preparadas para a vida doméstica. Muito bom, por sinal.  

Eu & a Obra: Sou contra qualquer tipo de ditadura e totalmente a favor da liberdade, seja ela de expressão, pensamento ou obra. Amo esse filme pela sensibilidade com que temas tão fortes, foi abordado. Interpretação, cenas, trilha sonora... Com ele eu rio, choro e acima de tudo, penso. É completo, por isso tão bom. Carpe Diem!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu & “Código de Honra”

Dando segmento ao especial semana de aniversário, o filme que escolhi para falar hoje é Código de Honra (School Ties), lançado em 1992. A história começa quando David (Brendan Fraser), um jovem de família humilde, ganha uma bolsa de estudos em um colégio tradicional.

O rapaz, que é judeu, percebe que para não se meter em problemas, e se dar bem com todos no colégio, o melhor é evitar que seus colegas saibam suas origens. Além disso, David se interessa por Sally ( Amy Locane).

A moça é de família rica e conhecida há anos de Charlie (Matt Damon), o líder do grupo com quem David se enturmou no colégio. Apesar de parecer seu amigo, Charlie não passa de um “filhinho de papai”, cujo objetivo maior é conseguir entrar em Havard como toda uma geração de sua família. E para conseguir esse feito, será capaz de tudo.

No decorrer do filme, os rapazes acabam descobrindo que David é judeu. Resultado, alguns se viram contra ele. Chegando inclusive a debocharem de sua origem. Há também os que se distanciam, incluindo Sally e Chris (Chris O’Donnell), seu colega de quarto.

A situação se complica quando, durante uma prova, Charlie deixa a cola cair na sala de aula. David vê, mas fica calado. No dia seguinte, os alunos ficam sabendo que se o culpado não se entregar, toda a turma será punida.

David acusa Charlie e Charlie acusa David. A grande maioria está contra David, sob a alegação de que ele mentiu a respeito de sua condição religiosa. Mas, de acordo com o código de conduta do colégio, uma assembleia entre os alunos irá decidir quem é o verdadeiro culpado.

Vale a pena conferir: Porque é um filme muito forte. apesar de toda história está relacionada a um grupo de jovens estudantes, discute muito bem a questão do preconceito social e religioso. Além do codigo de ética.

Melhor Cena: Gosto muito das sequências que vão desde o momento em que Charlie é descoberto judeu até o final, quando o culpado por colar é punido.

Curiosidades: Quando Código de Honra chegou às telas de cinema, se criou um veradedeiro burburinho. Tudo graças ao seu elenco de jovens promessas do cinema, entrelas como Brendan Fraser, Matt Damon , Chris O’Donnell e Bem Affleck. Todos com carinhas de bebê.

Eu & a Obra: Lembro-me que fiquei sabendo a respeito desse filme por causa de uma revista que colecionava, chamada Uau! Não vou negar que fiquei interessada graças ao elenco de gatos. Mas quando vi o filme, me apaixonei mesmo foi pela sua história. Preconceito em geral, já é algo ridículo. Contra judeus, na década de 50, era cruel demais. E isso tem o poder de me tocar profundamente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Eu & "Rebeldes e Herois"

Essa é a semana em que faço aniversário. Como comemoração, selecionei títulos mais que especiais para dividir com você. E para começar cito um filme da década de 90, que marcou muito minha adolescência.

Rebeldes & Herois (Toy Soldiers) foi lançado em 1991. A história se passa dentro de um colégio interno tradicionalíssimo, onde só estudam rapazes. A maioria de família bem sucedida. Com destaque para um grupo de amigos, considerados alunos problemas, liderados por Billy (Sean Astin).

O filme começa quando Billy e seus amigos são pegos pelo diretor do colégio, disponibilizando bebidas aos internos e tendo acesso ao disk sexo. Por conta dessa brincadeira, eles são punidos. Além disso, o diretor se ausenta do colégio para descobrir quem vendeu bebida aos jovens.

Nesse meio tempo o colégio é invadido por um grupo de terroristas, cujo líder é filho de um grande traficante colombiano. Inicialmente sua intenção era trocar um dos jovens estudantes, filho de pessoa influente, pela liberdade de seu pai.

Ao chegar lá, o chefe dos terroristas descobre que sua suposta vitima já havia sido transferida. Mesmo assim, ao dar uma olhadas nas fichas dos alunos, descobre no grupo de Billy possíveis “moedas de troca”.

Quando o diretor tenta retornar ao colégio, descobre que ele está todo tomado por explosivos. E a ordem é matar os reféns, caso as exigências do grupo não sejam cumpridas.

No decorrer do filme, Billy traça um plano para dar assistência aos policiais e grupo de resgate, de modo que os alunos sejam salvos com total segurança. Ou seja, ironicamente àqueles jovens rebeldes terão a chance de se mostrarem os verdadeiros herois dessa história.

Vale a pena conferir: Rebeldes & Herois é um filme maravilhoso. Primeiro pela ideia de transformar rebeldes em herois. Mostrar o lado responsável desse grupo aparentemente inconsequente. Segundo porque tem como plano de fundo laços muito fortes de amizade, o que emociona. Para quem curte, ainda é recheado de ação e aventura. Por fim, discute questões como bom caráter, disputa de poder e as diferenças.

Melhor Cena: Há muitas sequências bacanas. Umas tristes, outras alegres, mas todas emocionantes. Destaco a fatalidade que acontece com um dos amigos de Billy, assim como sua reação. E o que acontece a seguir com o pai do terrorista que invadiu o colégio. Também gosto das sequências em que o grupo de amigos agem de acordo com o plano traçado.

Curiosidade: Sean Astin, que interpreta Billy, é o caçula dos Goonies. Aquele menininho que usava aparelhos nos dentes e vivia com uma bombinha, para quem sofre de bronquite, nas mãos. Aqui ele cresceu e apareceu. Está um gato. Rsrs

Eu & a Obra: Vi Rebeldes & Herois duas vezes no cinema com a Roberta, amiga do colégial que hoje mora em Cuiabá. Lembro que ela era louca pelo Sean Astin. Acredito que o filme nos marcou por tratar de acontecimentos entre jovens, com a mesma faixa etária que a gente. Assisti outras inúmeras vezes em casa e até hoje ele me emociona, mesmo sabendo tudo o que acontece na história. Por isso indico à você.