segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eu & “O Jornal”

Ontem revi um dos meus filmes prediletos. Daqueles que tem o poder de nos tocar, seja pela sua história, seja por algo nosso, pessoal. O Jornal (The Paper) desenvolve esse delicioso poder em mim. E acredito que não seja difícil para você entender o motivo.

Drigido por Ron Hoard, o filme foi lançado em 1994 e trazia um elenco maravilhoso. A história mostra a rotina dentro do The Sun, tabloide de Nova York que luta para chegar ao tópico de grandes jornais.

A história é bem focada no editor Henry Hackett (Michael Keaton), que leva o jornalismo muito a sério. A ponto de sacrificar sua vida pessoal. Isso porque acredita na capacidade do The Sun se tornar um veículo respeitável.

Dois executivos são encontrados mortos dentro de um carro, abandonado no Brooklin. Com pixações racistas, tudo leva a crer que uma dupla de jovens negros os tenham executados.

Em meio a busca pelos culpados, Henry descobre que essa história pode ser uma farça. Ou seja, a polícia não tem certeza se realmente foram os rapazes. Mesmo assim, eles receberam ordem de prisão.

Henry sabe que um furo desses pode elevar a credibilidade do jornal e sugere que sua equipe vá atrás de provas. Mas em seu percalço há Alicia Clark (Glenn Close), atual editora chefe do jornal.

Com fama de durona, na verdade não passa de uma mulher frustrada com o rumo que sua carreira tomou. O que a faz ter atitudes um tanto mesquinhas. Ela até permite irem em busca da história, mas caso não tenham como comprovar o furo, cubram apenas a prisão dos rapazes e se retratem depois, se for o caso.

Correndo por fora temos Bernie White (Robert Duvall), diretor do jornal. Ele concorda que atrasem um pouco o fechamento da edição, já que está mais preocupado com problemas pesoais. Acaba de descobrir um câncer e, achando que vai morrer logo, busca resgatar o amor de sua filha, perdido graças à erros do passado.

Para finalizar, Martha Hackett (Marisa Tomei), esposa de Henry. Também repórter do The Sun, entrou de licença para dar a luz seu primeiro filho. A maternidade a fez repensar em sua vida profissinal.

Como acredita ser difícil retomar a carreira, ela passa a exigir mais atenção do marido. Além de desejar que Henry aceite um emprego burocrático em um grande jornal, mesmo sabendo que isso não o fará feliz.

Vale a pena conferir: O filme é muito bom, porque discute questões éticas e conflitos pessoais. Além disso, para quem é jornalista, deseja ser ou simplesmente se interessa pelo assunto, é uma das produções que melhor retrata esse universo.

Melhor Cena: Tem algumas que destaco. Primeiro: gosto da forma como é mostrada a rotina da redação. O perfil e estresse dos profissionais, a reunião de pauta e até brincadeiras internas, comum em qualquer ambiente de trabalho.

Segundo: quando Henry é entrevistado para um outro jornal e acaba roubando informação do concorrente sobre esse grande caso. A atitude é totalmente antiética, porém se torna engraçada por que ambos sabiam que a situação favorecia isso. Tanto que quando Henry pergunta sbre a manchete da edição seguinte, o editor responde: “Você ainda não trabalha aqui”. E mais para frente, ao questionar a informação roubada, ouve de Henry: “Você sabia que estava diante de um jornalista”.

Terceiro: Quando Alicia deixa claro sua insatisfação com o salário e houve de Bernie que, quem está nessa profissão nunca vai enriquecer.

Por fim a sequência em que a Foca do jornal consegue a foto dos rapazes sendo preso. Foto essa que significa uma grande oportunidade para ela. É muito legal!

Curiosidade: Eu e Henry temos em comum a paixão pelo jornalismo e a Coca-Cola. Rsrs.

Eu & a Obra: Vi O Jornal bem antes de entrar na faculdade. Quando comecei a estudar, precisei fazer um trabalho na extinta revista Manchete. Durante o bate bola com o editor de lá, citamos o filme. Descobri que, assim como ele, eu também me vi em situações parecidas. Como quando um repórter come o copinho de café descartável por exemplo. Ele, porque já havia feito isso. Eu, porque um dia queria passsar por isso.

Jamais me esqueci dessa conversa e desse filme, que me faz rir, chorar e me emocionar, por estar diante da vida que sempre sonhei para mim. E nunca me arrependi de continuar tentando conquistá-la.