quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eu & “Questão de Honra”

Hoje vi uma reportagem sobre um aluno do Colégio Naval (RJ), que foi parar numa clínica psiquiátrica por conta de, supostamente, sofrer maus tratos psicológicos. Isso me fez lembrar do filme que cito aqui.
Questão de Honra (A Few Good Men) foi lançado em 1992. Aclamado com sucesso, o filme conta a história do Tenente Daniel Alistair Kaffee (Tom Cruise), advogado da Marinha, que pega um caso sobre homicídio ocorrido com um jovem soldado. Apesar do fato ser apresentado como acidente, no início tudo leva a crer que integrantes da mesma corporação tenham negado socorro.

Mas, com o decorrer das investigações, o caso toma outro rumo. O de que a morte daquele jovem tenha ocorrido graças à aplicação de um “corretivo”, ordenado por superiores. E a partir daí a discussão passa a ser em cima de questões importantíssimas como conduta ética, abuso de autoridade e a própria fidelidade, já que os envolvidos, direta ou indiretamente, acreditam num poder maior: ser fiel a uma espécie de “código de honra”.

No filme Tom Cruise divide o difícil caso com Demi Moore (Tenente JoAnne Galloway), que faz o papel de advogada/assistente. Ele também é o melhor amigo do Capitão Jack Ross (Kevin Bacon), que defendo o outro lado da história.

O elenco estrelar conta ainda com Kiefer Shuterland (Tenente Jonathan James Kendrick) e Jack Nicholson, que brilha como o intragável e prepotente Coronel Nathan R. Jessup.

Questão de Honra é um daqueles filmes que vai prender sua atenção do começo ao fim. E o que é melhor, fazê-lo questionar sobre certos valores. Roteiro muito bem amarrado e atuações memoráveis fazem dessa produção uma das melhores já vista na década de 90.

Melhores atuações: Embora já tenha feito outros trabalhos conceituados, para mim esse foi o melhor papel que Tom Cruise fez. Kiefer Shuterland eu o acho um excelente ator e esse trabalho só comprova isso. Demi Moore e Kevin Bacon não fazem feio. Já Jack Nicholson consegue se superar. Brilhante!

Melhor cena: A do depoimento do Coronel Nathan R. Jessup ao novato Tenente Daniel Alistair Kaffee. Veja e tire sua própria conclusão.

Eu & a Obra: Assisti Questão de Honra no cinema com a Gra, uma amiga do colégio. Saímos da aula e fomos direto ao “Shopping Tem Tudo” (uma espécie de galeria). Hoje em dia as salas de projeção nem existem mais por lá. Não éramos muito fãs do Tom Cruise, mas vê-lo vestido naquela farda branca é uma imagem para nunca mais sair da cabeça. Lindo!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu & “Bonequinha de Luxo”

Ano passado eu consegui me dar um dos presentes mais bacanas de aniversário, o DVD Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's), filme que eu amo desde quando vi pela primeira vez.
Baseado no livro de Truman Capote (autor que não faz muito tempo teve sua vida retratada nas telonas, sendo inclusive indicado ao Oscar), a história conta a relação entre Holly Golightly, uma prostituta de luxo, e Paul Varjak, um gigolô.

A jovem sonha se casar com um marido rico e assim mudar de vida. Já a pretensão do escritor, é ser sustentado pela namorada enquanto termina seu livro. A mudança em suas vidas surge quando ele se muda para o prédio da moça e se encanta pela sua ingenuidade, desprendimento e jeito “porra louca” com que leva a vida.

Bonequinha de Luxo é sem dúvida um filme que entrou para a história do cinema. Lançado em 1961, teve como estrela principal a eterna diva Audrey Hepburn. A atriz acabou assumindo o posto indicado pelo título. Afinal, até hoje Hollywood jamais teve uma atriz tão bela, graciosa, delicada e sofisticada como Lady Hepburn.

Vale a pena assistir porque... é uma história belíssima, capaz de te fazer rir, chorar e se emocionar no final. Além disso, a junção de bela fotografia com trilha sonora.

Melhor cena: Não tem como não citar o momento em que Paul interrompe sua escrita quando escuta uma música vinda do lado de fora de seu prédio. Ao conferir, ele vê Holly sentada na janela de seu apartamento, com uma toalha enrolada na cabeça, tocando violão e cantando “Moon River”.


Curiosidade 1: A personagem de Audrey foi responsável por ditar moda. Além do penteado e mechas no cabelo (balaiage e reflexo são mais antigos do que você imaginava), a piteira gigante, chapelão e “óclão” foram muito adotados na época. Assim como a calça cigarrete, sapatilha bailarina, blusa de gola role e o chiquíssimo tubinho preto. Esse último foi leiloado por $ 300.000.

Curiosidade 2: Existe uma réplica da boneca Barbie em homenagem a atriz. Com direito a tubinho preto, coque e jóias, ela representa a personagem de Bonequinha de Luxo.

Eu & a Obra: sempre fui apaixonada por esse filme. Quando criança sonhava ser como ela. Cabelo, roupas, acessórios, tudo me encantava em Audrey Hepburn. Embora odeie cigarro, até a piteira eu achava um charme. Apesar de muito baixinha, ao meu ver ela foi a atriz mais linda que o cinema já teve. Seguida de Vivian Leigh e Marilyn Monroe.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Eu & “O Caminho das Nuvens”

Sabe aquela ideia do sonho latino-americano? A de conquistar um lugar ao sol, realizar seus desejos mais profundos, ter uma vida melhor para você e sua família. Pode-se dizer que o filme O Caminho das Nuvens é mais ou menos baseado nessa teoria.

A produção é nacional e foi lançada em 2003, tendo direção de Vicente Amorim e os atores Wagner Moura e Cláudia Abreu como protagonistas. A sinopse é tipicamente baseada na realidade de muitos nordestinos, que saem do interior, em direção à cidade grande, com o um único objetivo: melhorar de vida.

Até aqui nada de novo, a não ser pelo fato de que os protagonistas dessa história fizeram o percurso da Paraíba ao Rio de Janeiro montados em quatro bicicletas. Foram exatos 3.200 km pedalando por estradas desconhecidas e perigosas de cinco estados brasileiros. E o que é pior, sem imaginar as dificuldades que encontrariam pela frente.

Essa viagem quase que surreal começa quando Romão (Wagner Moura), que interpreta um caminhoneiro analfabeto, se vê desempregado tendo mulher e cinco filhos (sendo um adolescente e quatro com idades entre 10 anos e seis meses) para sustentar. Diante de toda a inocência que lhe é cabível, decide ir embora com a família para o Rio de Janeiro, em busca de um emprego que lhe pague R$ 1.000,00.

Graças à confiança da mulher Rose (Cláudia Abreu) e a alegria em viver dos filhos, todos seguem comendo poeira da estrada, pegando chuva e sol na cabeça, lidando com a violência e encontrando dificuldades para se abrigar e alimentar. Mas unidos, rumo ao sonho de Romão.

No percurso, solidariedade e indiferença, atraso e progresso, agressividade e cordialidade, crises familiares e constantes transformações. Isso e muito mais, por esse “Brasilsão” de Deus.

Motivos para ver o filme: A história, além de bela, é baseada em fatos reais. Só aí, já vale matar a curiosidades. E mais, apesar de mostrar a dura realidade de boa parte dos brasileiros, tem cenários belíssimos. Retrata bem nossa cultura e evidência lugares presentes em nosso país. As atuações dos protagonistas também valem a pena conferir.

Melhor cena: Durante a dura viagem, Rose descobre uma forma de ganhar um dinheiro para garantir a alimentação dos filhos. Nas paradas, ela canta músicas de Roberto Carlos para animar as pessoas. Ver Cláudia Abreu cantando “Como é grande o meu amor por você”, com sotaque nordestino, não tem preço.

Eu & a Obra: Há momentos em que a intransigência e o excesso de inocência em Romão chega a irritar.

Eu & “Caminhando nas Nuvens”

Se você é um daqueles apaixonado por filmes românticos, Caminhando nas Nuvens (A Walk in the Clouds) é um que após ver, jamais vai se esquecer. Lançado em 1995, trazia o galã Keanu Reeves como protagonista. Maravilhoso em todos os sentidos, o ator dá vida a Paul Sutton, um soldado que lutou na 2ª Guerra Mundial.

Após quatro anos nos campos de batalhas, Paul retorna para sua casa ao encontro da esposa, com quem se casou na véspera de ir para o front, exatos três dias depois de se conhecerem. Chegando lá, descobre que a mulher já planejara sua vida, que incluía um trabalho como vendedor de chocolates.

Quando o ex-soldado faz uma pequena viagem, por conta desse trabalho, conhece uma jovem hispano-americana chamada Victória Aragon (Aitana Sánchez-Gijón). De família rígida e conservadora, a moça estava voltando para casa após estudar fora por uns tempos.

Grávida de um ex-professor da faculdade que a abandonara, temia a reação de seus pais diante da gravidez inesperada. Com pena da moça, Paul sugere seguir viagem com ela e se apresentar como marido de Victória. Preparado o terreno, ele iria embora de sua vida e a revolta da família se viraria contra ele, e não ela.

Ao chegarem a Lãs Nubes, vinhedo da família de Victória, Paul se sente rejeitado pelo pai da moça, mas acolhido pelo resto dos familiares. Principalmente Don Pedro (Anthony Quinn), avô da jovem. Além disso, se descobre encantado pela região, as tradições dos Aragon e claro, a bela Victória. Mas, como nem tudo são flores, eles terão que superar muitas dificuldades para levar a diante esse amor.

Caminhando nas Nuvens é um lindo filme, regado a belas imagens e muito romance. Em seu roteiro, além do amor presente no ar, valores familiares, ótimas atuações e um pouco da cultura vinda de quem sobrevive da plantação de uva e produção de vinho. Com uma história para agradar toda a família, é também um dos meus filmes favoritos. 

Melhor cena: Gosto muito de quando Victória mostra a Paul como se produz vinho. A imagem dos dois dentro de uma tina, pisando em uvas, é lindíssima. Não apenas por ser um ritual comum de quem sobrevive dessa produção, mas também pelo amor recíproco e um tanto inocente, presente na cena protagonizada pelo casal.

Eu & a Obra: Como uma boa descendente de italianos, sempre me encantei com essa tradição de dançar numa tina cheia de uvas. E confesso, ver Caminhando nas Nuvens só fez a vontade aumentar. Principalmente se fosse na companhia de Keanu Reeves, que está um gato no filme.