quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu & “Cazuza – O tempo não para”

Hoje (07/07) é aniversário de morte do cantor Cazuza. Embora represente uma data triste para fãs e familiares, nada como recordar sua história através desse filme.

Cazuza – O tempo não para é uma produção de 2004. Baseada no livro Só as mães são felizes, de Lucinha Araújo – mãe de Cazuza -, o filme mostra a trajetória do cantor de 81 à 90. Desde o início de sua carreira até sua morte, aos 32 anos, por complicações decorrentes da Aids. 

A Montagem da banda Barão Vermelho, carreira solo, romances, descoberta de ser um portador do vírus HIV, convivência com a doença, amigos, família, até o dia em que faz seu último show - antes de falecer -, são passagens mostradas no filme.

Daniel Oliveira dá vida ao idealista cantor. Com traços que deixaram o público assustado, há quem acreditasse estar vendo Cazuza, o ator soube incorporar e passar muito bem toda a rebeldia, ansiedade e medo, presentes naquele jovem artista.

Já Marieta Severo interpreta Lucinha, a mãe de cazuza. Sua atuação também foi primorosa ao mostrar a luta daquela mãe. Luta que ultrapassa as paredes de sua casa e cai nas ruas, já que não lida apenas contra a doença do filho. Mas com o preconceito da sociedade e principalmente, os altos e baixos pelos quais Cazuza passa.

Vale a pena conferir: Um filme ótimo e triste. Muito forte, sensibilizou demais a quem assistiu. Impressionou a capacidade com que os atores vestiram a camisa, se dedicaram àquela história. E apesar de contar a história de um astro do rock nacional, acabou se transformando na produção de uma personagem secundária. Ou alguém duvida que a grande estrela desse longa seja mesmo Lucinha Araújo?

Melhor Cena: Daniel Oliveira arrasa no papel do cantor, por isso nada como observar bem as cenas em que aparece no palco. Incrível como pegou rápido seus trejeitos, o que nos faz por alguns momentos acreditar estar vendo Cazuza.

Mas nada como respirar bons momentos, tornar a produção mais leve. Por isso destaco a relação tapas e beijos entre Cazuza e a mãe. Gosto de uma discussão entre eles, em que Cazuza a manda “tomar naquele lugar”. Ela fica de bico, super aborrecida, e na primeira oportunidade joga isso na sua cara.

Curiosidade: Apesar de não ser novidade para ninguém, após a perda do filho Lucinha Araújo abriu a “Sociedade Viva Cazuza”. A casa, localizada aqui no Rio, atende crianças carentes, portadores do vírus HIV.

Eu & a Obra: Sou daquela geração em que ou gostava de Cazuza, ou de Renato Russo. Faço parte da primeira leva. Gostava de suas músicas, inteligência, irreverência. Fiquei triste com seu falecimento e muito impressionada com o filme. Não pela história em si, já que, assim como ele, acontece com jovens de diversos lugares, etnias, condições sociais... Mas com a luta daquela mãe, daquela família, em prol do filho. Sem julgamentos, cobranças ou questionamentos, apenas amor.

Jabá: Entrevistei Lucinha Araújo em 2008, para o blog Espetaculosas.

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