domingo, 24 de janeiro de 2010

Eu & “O Caminho das Nuvens”

Sabe aquela ideia do sonho latino-americano? A de conquistar um lugar ao sol, realizar seus desejos mais profundos, ter uma vida melhor para você e sua família. Pode-se dizer que o filme O Caminho das Nuvens é mais ou menos baseado nessa teoria.

A produção é nacional e foi lançada em 2003, tendo direção de Vicente Amorim e os atores Wagner Moura e Cláudia Abreu como protagonistas. A sinopse é tipicamente baseada na realidade de muitos nordestinos, que saem do interior, em direção à cidade grande, com o um único objetivo: melhorar de vida.

Até aqui nada de novo, a não ser pelo fato de que os protagonistas dessa história fizeram o percurso da Paraíba ao Rio de Janeiro montados em quatro bicicletas. Foram exatos 3.200 km pedalando por estradas desconhecidas e perigosas de cinco estados brasileiros. E o que é pior, sem imaginar as dificuldades que encontrariam pela frente.

Essa viagem quase que surreal começa quando Romão (Wagner Moura), que interpreta um caminhoneiro analfabeto, se vê desempregado tendo mulher e cinco filhos (sendo um adolescente e quatro com idades entre 10 anos e seis meses) para sustentar. Diante de toda a inocência que lhe é cabível, decide ir embora com a família para o Rio de Janeiro, em busca de um emprego que lhe pague R$ 1.000,00.

Graças à confiança da mulher Rose (Cláudia Abreu) e a alegria em viver dos filhos, todos seguem comendo poeira da estrada, pegando chuva e sol na cabeça, lidando com a violência e encontrando dificuldades para se abrigar e alimentar. Mas unidos, rumo ao sonho de Romão.

No percurso, solidariedade e indiferença, atraso e progresso, agressividade e cordialidade, crises familiares e constantes transformações. Isso e muito mais, por esse “Brasilsão” de Deus.

Motivos para ver o filme: A história, além de bela, é baseada em fatos reais. Só aí, já vale matar a curiosidades. E mais, apesar de mostrar a dura realidade de boa parte dos brasileiros, tem cenários belíssimos. Retrata bem nossa cultura e evidência lugares presentes em nosso país. As atuações dos protagonistas também valem a pena conferir.

Melhor cena: Durante a dura viagem, Rose descobre uma forma de ganhar um dinheiro para garantir a alimentação dos filhos. Nas paradas, ela canta músicas de Roberto Carlos para animar as pessoas. Ver Cláudia Abreu cantando “Como é grande o meu amor por você”, com sotaque nordestino, não tem preço.

Eu & a Obra: Há momentos em que a intransigência e o excesso de inocência em Romão chega a irritar.

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