segunda-feira, 8 de março de 2010

Eu & “A Rainha”

Quando o filme A Rainha (The Queen) saiu confesso que criei uma certa resistência em assisti-lo ou não. Por um lado, tinha aquela curiosidade normal de saber mais sobre a vida da realeza britânica. Por outro, nunca fui muito com a cara dessa mesma realeza. Como a maioria dos plebeus, supria uma simpatia por Lady Di e consequentemente, uma admiração pela forma como lidou com sua vida.
Lançado em 2006, A Rainha teve direção de Stephen Frears. A história retratava justamente o período em que a família real acabara de perder a princesa Diana, e as medidas necessárias para lidar com essa perda. Como rainha, Elizabeth II (Helen Mirren) sabia que seu falecimento colocaria os ingleses em polvorosa e, qualquer passo em falso, poderia provocar uma reviravolta no país.

Eu diria que no decorrer do filme a postura de Elizabeth foi digna. Ela procurou isolar-se junto com a família, visando assim amenizar o sofrimento dos netos e poupá-los de possíveis especulações a respeito do ocorrido - afinal, todos sabem que Diana morreu durante um encontro com seu “possível amante” -, deu o poder a seu fiel escudeiro, Tony Blair (Michael Sheen), para que o mesmo servisse de porta voz entre os britânicos e a família real, e ainda conseguiu se desdobrar nos papeis de esposa, mãe e avó.

Tanta dignidade me faz vê-la com outros olhos. Saiu a imagem de mulher arrogante, prepotente e dona da verdade, para dar lugar a uma mulher que, se não tivesse sido imposta à posição de rainha, seria alguém comum. Dessas que a gente encontra todos os dias.

E quando digo “imposta”, falo porque o próprio filme mostra a história dessa mulher que, ainda menina, se viu preparada por sua mãe, Elizabeth I (rainha mãe), para um dia assumir o posto que seria deixado por ela, quando a hora chegasse. O de rainha da Inglaterra.

Hoje já não consigo expressar um sentimento ruim em relação a ela. E nem poderia! A vida de Lady Di não foi fácil, claro. E em nada minha opinião mudou a seu respeito. Mas a de Elizabeth II não fica atrás. Ela sofreu muito e diante de tudo o que passou e da forma que encarou à realeza, aprendi a admirá-la.

Melhores Momentos: Não dá para deixar de citar o funeral de Lady Di. Amada por muitos, assim como “as grandes celebridades”, obteve uma cerimônia aberta ao público. Mas gosto também dos momentos em que Elizabeth II deixa de lado o “rainha” e vira apenas Elizabeth, cultivando assim hábitos comuns como dirigir, caminhar, caçar. É muito legal! Também curti as cenas dela com o jovem Tony Blair.

Destaque: Além de o ator Michael Sheen ter ficado muito bem no papel de Tony Blair, a maravilhosa Helen Mirren como Elizabeth II. A caracterização foi impressionante. Conseguiu envelhecer a atriz e torná-la cópia fiel da verdadeira rainha. Chegava a dar medo. E sua atuação, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz.

Vale a pena conferir: porque como aconteceu comigo, pode mudar sua visão em relação à Elizabeth II e a realeza britânica.

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